segunda-feira, 26 de julho de 2010

Cooler Cheio ou Carpe Diem?

Hoje estou com vontade de variar, senão minhas histórias de bêbado podem acabar e eu fico sem material para postar. Então decidi diversificar, nobres leitores (se é que eu tenho algum). Afinal, nem tudo na vida se resume em bebida, tem que ter o tira-gosto.

E foi pensando nisso, numa procura incessante na minha mente criativa por alguma idéia que interessasse o pequeno público deste humilde blog que o autor que vos escreve acaba tendo uma visão: às vezes é necessário falar sério.

Ok, ok, admito que o conteúdo desta página é um tanto quanto pessoal, mostrando certo narcisismo de minha parte, então limito-me a dizer que, de uma certa maneira, continuará assim. Aliás, devo informar que o narcisismo de demonstrar a opinião para um público, mesmo que pequeno, chega a ser algo comum.

Sem mais demandas, resolvi voltar às origens. Outrora tive vários blogs, sempre com textos razoáveis de minha autoria. Mas possuía uma coisa em comum: mostrar o quanto a vida é curta e pode ser repleta de desgraças, entregando-me ao completo clichê da expressão latina, usada na literatura barroca - isso mesmo, meus amigos, que rufem os tambores -, pessoas utilizam exageradamente tal expressão; cada um tem uma opinião do que ela pode, filosoficamente, significar: "Carpe Diem"!

Uma provável verdade é que Horácio - pobre Horácio - deve estremecer-se em sua cova com tamanha vulgarização da expressão. Carpe Diem pra cá, Carpe Diem pra lá, mas são diversas as falhas tentativas de demonstrar numa visão geral o que é aproveitar o dia.

Pessoas se apegam ao hedonismo, ao prazer.

Cortando um pouco a linha de raciocínio de tal texto, insisto em afirmar que tudo é opinião própria deste modesto e magnífico autor. Ao criar este blog, eu tinha apenas o objetivo de auto-afirmar que estou, com o perdão do pleonasmo, vivendo minha vida tentando aproveitá-la da maneira que melhor acho conveniente.

Enfim, onde eu estava mesmo? Ah, claro! O hedonismo. O prazer, não necessariamente carnal. Mas o prazer de um bom livro, um bom filme, um bom vinho - no meu caso, uma Antárctica Cristal estupidamente gelada.

Já afirmaria Epicuro, em sua imensa sabedoria, que temos desejos. Alguns necessários, outros frívolos, outros irrealizáveis. Riqueza, glória, imortalidade, proteção e, o mais óbvio e buscado, a felicidade.

E através do hedonismo, alguns procuram aproveitar cada dia para então chegar à tão sonhada felicidade. Aí que vem o ponto que causa uma série de discussões. O que seria a felicidade, ou, como chegar à felicidade?

Não tenho a mínima pretensão de vos convencer de que a maneira como gasto meu tempo livre procurando a diversão é a forma certa de se chegar à felicidade. Para mim, felicidade é um estado, não uma sensação contínua. Mas isto não vem ao caso.

O fato é que podemos sair da Grécia para enfim chegarmos à contemporaneidade. Da Romênia Cioran chegou à França. Podemos encaixar aqui o que ele afirmaria em O Antiprofeta.

Acordamos profetas distribuindo receitas de felicidade. Cada um tem sua opinião, que pode ser contrária a de outra pessoa, por isso é impossível um mundo perfeito.

E aqui, na minha mais dolorosa confissão, assumo já ter, em minha suma hipocrisia da condição humana, dito a mesma coisa repetidas vezes, mudando apenas a forma, tentando mostrar inutilmente que a vida é curta e deve ser aproveitada em textos entediantes e enfeitados, tornando-os no mínimo interessantes.

Simplesmente percebo que não é preciso. Já diria o poeta que navegar é preciso, viver não é preciso. Merdas simplesmente acontecem e a maioria das pessoas sabe disso. Mostrar os mais diversificados pontos de vista de intelectuais dos séculos passados talvez não seja a melhor maneira de ensinar o padre a rezar. O ser humano viverá independentemente de suas análises.

Aqui eu poderia fazer uma deixa afirmando que a vida não deve ser analisada, apenas vivida. Mas não é muito do meu feitio. A análise é necessária para entender e procurar soluções para problemas coletivos e/ou individuais. Mas aposto que aquele cara bombado que passa o dia na academia não gostaria de saber a análise de Freud sobre o culto exacerbado ao corpo.

Estaria certo Gonzaguinha em musicar a vida tão bonita? Ou Meirelles mostrar em filmes a triste realidade da condição humana?

Afinal, alguns dizem que Carpe Diem é aproveitar cada dia como se fosse o último. Mas o que você faria se soubesse estar vivendo seu último dia? Beberia, transaria, faria merdas, entregaria-se ao prazer ou simplesmente pediria desculpas às pessoas que você machucou? A moral tende a um lado, enquanto na mesma balança está a busca pelo prazer antes mencionado.

Enfim, falei, falei, falei, algumas coisas até legais, mas aos 47 do segundo tempo, finalmente trago a explicação para a ladainha toda. A necessidade de falar sério quanto a um assunto não tão importante, o nome deste chato blog lido por poucos. Creio que as tantas linhas já estão cansando, mas está chegando ao fim, prometo.

Como foi dito anteriormente, não tenho a pretensão de, contando minhas experiências, estabelecer uma receita de felicidade a ser tomada. Talvez esteja contido um certo protesto à vulgarização do "Carpe Diem", mas tanto faz, não mudarei o mundo com isso.

Cooler é um recipiente térmico utilizado para armazenar bebidas, na maioria dos casos. Possui o formato de latas de marcas de cerveja ou refrigerante. Muito comum em festas, churrascos, carnavais, reuniões de amigos, etc. A bebida alcoólica é um meio de entrosamento adquirido por pessoas em círculos sociais. E é assim que considero este blog: um Cooler Cheio de histórias verídicas - talvez um pouco enfeitadas - que visa apenas agradar um certo tipo de público que tem acesso e gosta de ler blogs.

Ao final, não há moral da história, não quero dizer que você deve aproveitar sua vida, pois você provavelmente acha que é o que deve ser feito, simplesmente quero dizer que pelo menos eu estou aproveitando a minha.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Noite meio louca...


Ok, tem dias que a gente acorda, se levanta, respira fundo e fala consigo mesmo: hoje é dia de fazer merda!

Eu estava revirando minha memória em busca de alguma história para postar aqui, até que lembrei de uma que até é interessante. Deve ter ocorrido lá para maio ou para abril desse ano, talvez numa sexta ou sábado que fosse feriado. Não sei bem. Tudo começou quando eu fui para o aniversário de uma amiga minha, Deborah:


Enfim, no aniversário dela eu fui de táxi, mas voltei com um amigo meu que chegou lá, o Davi. Detalhe, o Davi tava com um amigo dele, o Emmanuel, que tem uma S10.

Marcamos de sair para alguma festinha, só não lembro se foi na semana seguinte ou no dia seguinte. Lembro que eu tive, acordei às 6h, geralmente durmo rês horas por dia quando não estou de férias. Enfim, à tarde fui para a casa do Davi, com minhas coisas para dormir lá e tudo bonitinho. A gente mora em Fortaleza, no Meirelles, decidimos então começar a rodar a cidade de carro. Até que percebemos que estávamos com fome.

Pausa aqui. Cara, depois desse dia nunca mais pedi sfiha de carne do Habbib's. Foram, simplesmente, R$15 reais, que deu o equivalente a 30 sfihas de carne para 4 pessoas. Sem refrigerante, que fique claro.

Depois decidimos nosso futuro. Resolvemos ir a uma festa num local que se chama Chapas Clube. Este tão simpático recinto, onde geralmente não há mortes e somente lordes da câmara inglesa freqüentam, ficava numa cidade vizinha. Caucaia, um tanto quanto longe. Mas foda-se pelo menos estávamos de carro. No começo da noite, juntando o dinheiro de todos deveria dar cerca de R$150, naquela hora deveríamos ter R$100. Talvez menos.


O preço da entrada não foi caro, foi R$15, relativamente barato, mas pelo local deveria ser R$10 e olhe lá. Não lembro muito bem a hora que entramos, mas acabamos pedindo um litro de Orloff, com alguumas latinhas de Sprite e garrafinhas de água de côco.

Saímos cedo, deveria ser lá pra 1h da manhã. A gente tinha um destino: Praia do Futuro. Quem conhece Fortaleza sabe a viagem que é sair do Meirelles, ir para a Caucaia e voltar para a Praia do Futuro. O foda é que eu já tava um tanto quanto bêbado. No caminho, resolvemos tirar onda com a cara de alguns travecos que tinha pelo caminho.

Tinha uma que se chamava Madonna, mas essa já tava de saída, tinha encerrado o expediente. Detalhe é que ela (ou ele, enfim, aquilo) dirigia um Golf branco e o apê dela era na Aldeoa, bairro nobre de Fortaleza. Deu até vontade de ser traveco, devem estar ganhado bem pelo visto.

Aí a gente ficou zoando uns travecos de calçada. A gente tirou muita onda, até que um veio e meteu a mão dentro da janela do carro. Não, cara, tipo, tu não tem noção! O traveco tentou pegar nas minhas partes íntimas! Não, sério, sério mesmo! Me deu vontade de descer do carro e meter a porrada, mas tinham vários travecos, eu acabaria apanhando depois. Optei simplesmente por mandar aquela criatura dos infernos de foder, aí a gente foi definitivamente para a Praia do Futuro.

Chegando lá, tava tendo uma rave. Só que todo mundo liso ninguém podia entrar. Sei que ainda tínhamos quase meio litro de vodka, sendo que eu não parava de beber.



A gene tomou um banhozinho de mar, só pra salgar o corpo mesmo. Então todos entraram de acordo quando alguém teve a brilhante idéia de voltar para casa pela praia. Afinal, etávamos numa S10, o que poderia acontecer? O carro andou um metro e atolou, o 4x4 estava quebrado.

Tentamos de tudo, simplesmente tudo. Colocávamos palha, cadeira, chinelo, tudo debaixo do pneu traseiro do carro. Nada. Véi, a gente viu o dia nascer. deu cerca de 7h da manhã e a gente lá, atolado. Até que a rave acabou e tinha um cara num Troller. Não, ele não ajudou, apenas disse para colocar algo debaixo do pneu, coisa que estávamos fazendo há horas.

Então veio veio um flanelinha, colocou duas pedras debaixo dos pneus e conseguimos tirar o carro. Fiquei muito puto, mas pelo menos poderíamos voltar para casa.

No outro dia eu tava só o bagaço, que nem diria aquela música do Chico Buarque: "Tem dias que a gente se sente, como quem já partiu ou morreu..."

P.S.: Aé hoje minha mãe pensa que fui apenas no shopping e 22h eu estava na casa do meu amigo me preparando para dormir. Ainda bem que ela não acessa meu blog...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Réveillon 2009~2010

Tem festas que começamos sóbrios, pegando meninas bonitas e bebendo Black & White. Porém, festas que começam assim podem terminar com uma pessoa realmente embriagada, bebendo Nova Schin quente e no dia seguinte com uma foto circulando no Orkut com você no fundo pegando uma tremenda Maria Fogueteira que provavelmente tem nome de algo como Jennhypher.

Mas uma festa que aconteça o que acontecer, no outro dia tudo será diferente e a ressaca é uma dita ilusão de que nada aconteceu, é a festa da virada do ano! Ano novo, vida nova, o que aconteceu ontem era passado, hoje é o futuro! É de praxe alguém queimar a largada e ficar logo bêbado, gente fazer discursos chatos e demorados. Mas é algo normal. Tão normal quanto aquele Zé Graça no dia seguinte: "Nossa, há quanto tempo! Última vez que te vi foi ano passado!". Os anos podem passar, mas essa piada nunca morre.

De 2009 para 2010, confesso que foi meu primeiro réveillon fodástico: passei na casa de praia da namorada - na época - do meu primo. Foi a maior turma, ficamos dormindo no alpendre, foi legal até. Não sei se vocês lembram, mas o dia 31 de dezembro foi numa quarta ou numa quinta, logo, foi um dos finais de semana mais prolongados da história.

Em Paracuru, a cidade onde a ex-namorada do meu primo tem a casa de praia, há um "lual", que se resume há vários paredões de som de carro tocando músicas diferentes e competindo para ver quem tem o som mais potente. E teve todos os dias, porém, no último dia, no domingo, pode-se dizer que foi o melhor.

Antes de continuar este relato, preciso avisar que eu tinha comprado um litro de Orloff, mas que bebi apenas dois dedos pois não estava descendo. Eu juro, não é obra da minha imaginação. Eu estava sóbrio.

Enfim, este dia rendeu-me o apelido de Pedro Orloff, mas que não durou uma semana. O fato foi que eu simplesmente comecei a ver uma estrela no céu que piscava muito e se movia rapidamente. Eu juro, ela ia de um lado para outro. Não me perguntem o que era, mas era muito esquisito. Até tiraram uma foto minha olhando para a tal estrela (sou o de laranja)...




Enfim, eu não estava melado e não havia usado nenhum tipo de droga alucinógena. Mas também, logo procurei esquecer o que havia visto. Tratei de comprar duas cervejas: uma Brahma Fresh e outra Antárctica. Minha cerveja preferida é Antárctica, mas a Brahma seria a ideal para o que eu pretendia fazer.

Pessoal curte muito fazer isso no carnaval, mas sabe quando você pega uma latinha, agita bem e mete uma chave no fundo, bota direto na boca e o jato bem geladinho desce direto para a goela? Então. Era isso que eu pretendia fazer com a Brahma Fresh, porém, houve um certo detalhe: eu não tinha nenhuma chave.

O jeito foi sair perguntando quem tinha. Ninguém tinha, para falar a verdade, até perguntar para alguém da turma. O cara me arranjou a chave, só que eu acabei furando no lado da lata. O jato de cerveja não veio direto na minha garganta, mas direto no rosto do cara que tinha me emprestado a chave. Coisa que só percebi depois, pois eu estava bastante entretido com a latinha. Eu tinha me abaixado, parecia que eu tava fumando era crack. Lembrava o Smeagol do Senhor dos Anéis, aquela cerveja era a minha preciosa.

Até hoje me pergunto onde está o litro de Orloff que eu comprei, não bebi, e acabou sumindo. Hoje está fazendo falta...

terça-feira, 20 de julho de 2010

Postagem inicial

Confesso que eu sempre fui uma criança chata, queria tudo na hora e adorava comer as ditas porcarias. Ainda mais quando eu estava na casa da minha avó. Sabe como é, avó adora ver os netos se empanturrarem de doces. (Até hoje ela faz uma torta de Sonho de valsa que é sucesso no natal...)

Acabei sendo criado de uma maneira que só comia o que queria. Minha mãe sempre me dizia que era impossível eu saber que uma coisa era ruim sem experimentá-la. Certo, quanto os pratos "saudáveis" devo confessar que não segui muito seu conselho, porém, hoje, experimento as mais diferentes bebida. C'est la vie.

Tudo começou quando eu tinha meus 15 anos de idade. Sabe interior, né, ainda mais aqui do nordeste (afinal, sou cearense), todo mundo adora festa, ainda mais quando se trata de forró. E foi justamente numa festa de forró que eu acabei experimentando a sensação de ficar melado.

Antes o máximo que eu fazia era um ou outro gole na dose de uísque dos meus primos maiores. Na época era forte para mim, mas tinha mais água do gelo derretido que uísque propriamente dito. Enfim, foi numa festa dessas que acabei chegando mais cedo, às 22h. Bem no começo da festa, não tinha quase ninguém. Eu tava meio pesado, quando deu meia noite o sono veio bater em mim. Eu não queria ir para casa, então, quando olhei a mesa dos meus amigos, tinha um belo litrão de cachaça. Ypióca, Paixão Brasileira. Época de vacas magras, hoje essa mesma turma de amigos só bebem uísque de 8 anos para cima, mas enfim.

Fui no bar da festa e comprei uma latinha de Fanta Laranja - afinal, eu nunca havia bebido antes, achei uma boa misturar, hoje não faço mais isso -, logo colocando alguns goles de cachaça dentro. Sempre fui muito tímido, muito fechado, mas naquela noite acabei me soltando. Acho que poucos viram que eu havia bebido, logo se perguntaram o que tinham naquela latinha que me deixou tão alegre. Dancei forró como se dançasse PsyTrance.

Foram três doses nessa brincadeira. Porém, é fato que no primeiro porre você bebe pouco, fica pouco bêbado, mas seu inconsciente te faz a pessoa mais bêbada e alcoólatra do mundo. Bom foi quando cheguei em casa: "Você bebeu, Pedro?", perguntou minha mãe. "Bebi todasssss", respondi. Sempre fui brincalhão em casa, naquele dia ela achou que eu tava me fazendo de bêbado só para brincar com a cara dela. Naquele dia.

Enfim, nos meses que se passaram eu só bebia cachaça. Cachaça, cachaça, cachaça, cachaça. Depois acabei descobrindo a cerveja, o uísque, a vodka... ah, a vodka. Mas isso é assunto apra outro dia.

Abraços,
Se for dirigir, não beba; mas se for beber, me chama que eu vou.